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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Conheça o gaúcho Cézar Fuchs (56 anos), há 36 fazendo história no motociclismo

Matéria publicada em 17/10/2010
Entrevista por Policarpo Jr

Existem pessoas que são tão apaixonadas por motos que optam num determinado momento da vida em trabalhar no meio. No segmento do motociclismo isso é um tanto comum. Muitos são os profissionais do setor que antes de mais nada, são também motociclistas.



Para nós, motociclistas e consumidores, nada melhor do que ter uma gama de produtos e serviços ofertados por motociclistas, pois falam a nossa língua, entendem o que e como precisamos dos seus produtos e serviços. Já aconteceu com você de ir até uma loja para motociclista e simplesmente ser atendido por um profissional que nunca montou numa moto querendo te convencer a adquirir determinado produto? Pois é.
Conheça o motociclista gaúcho Carlos Cézar Fuchs (foto ao lado), proprietário da fábrica de vestimentas especiais para motociclistas Tacna. Cézar adora viajar de moto, já realizou diversos passeios por destinos nacionais e internacionais, para países do Cone Sul. As jaquetas, calças, botas e outros produtos produzidos pela sua empresa, são testados por ele próprio em suas viagens.

Qual o seu perfil pessoal/motociclístico?

Tenho 56 anos e nasci em Canoas-RS. Ando de moto desde 1974, quando comprei minha primeira RX80 yamaha, depois fui pra 125, XL 250, CBR 1000, F750, CBR600, shadow, e outras,   mas de todas a que mais gostei foi a falcon (tive 3), pois esta me faz curtir a paisagem, não me deixa correr e vou a todos os lugares com ela, quando tinha custom ou esportiva, fazia sempre os mesmos trajetos (asfalto).

Não importa o tipo de moto, o que importa é o espirito motociclistico, faço parte de dois moto-clubes: falcões do asfalto de Igrejinha-RS (onde tenho a fábrica)  e do motomilhas de novo Hamburgo (onde moro) , também faço parte da diretoria da AMO-RS, sendo um dos sócios fundadores.


Quais os destinos mais longos em viagens de moto que já realizou?
Ando uma média de 30.000 km/ano, sempre que posso vou de moto, já fui duas vezes a Machu Picchu/Peru, uma vez na região dos lagos no Chile/Argentina e diversas viagens para São Paulo, Brasilia, Paraná e Santa Catarina. Muitas também pelo interior do Rio Grande do Sul. Algumas fotos estão no site www.flickr.com/photos/cezarfuchs


Conte-nos algum acontecimento ou curiosidade vivenciadas em suas viagens de moto?

Me nego a usar o GPS na moto, pois os lugares mais bonitos que encontrei foi quando me perdi, isto aconteceu no Peru, quando tentamos desviar de uma barreira dos campesinos, encontramos uma fonte natural de água sulfurosa maravilhosa.

Fora o moto turismo, curte também outras vertentes do motociclismo? Quais?

Sim, já fiz 8 cursos de pilotagem, adoro moto velocidade, onde já patrocinamos 36 pilotos,  atualmente estamos com o bicampeão das 250 o piloto marciano santin.
Eventos de moto, com o último de santa Maria-RS (Mercocycle), já participei de 327 eventos em 13 anos.

O que você considera mais difícil entre o planejamento e a realização de longas viagens de moto? 
Não acho difícil planejar uma viagem de moto, pois começo a curtir ela uns 6 meses antes, com o planejamento, a viagem em si é o apogeu, e depois é 6 meses para contar e curtir ela, depois mais 6 meses para programar a próxima.  O segredo é acertar as datas, com relação ao clima onde se vai e nossa folga no trabalho.

Se tivesse que dar conselhos a um filho seu, motociclista de viagem, quais seriam?

Minha filha mais nova é motociclista,  digo a ela sempre, curta seu dia como se fosse o último, pois no momento será o presente, pois o futuro a Deus pertence e o passado foi só aprendizado. Não perca o momento, olhe a nuvem pois ela nunca mais estará naquele lugar. A viagem de moto tem de ser prazeirosa, não importa o destino.

Qual os paralelos que você faz do motociclismo hoje em dia, se comparado ao daquele de 15 anos atrás?


Imagem do filme de 1983 - O Selvagem da Motocicleta

Mudou muito, quando comecei tínhamos junto uma loja de linha casual, quando chegava os motociclistas, os clientes (normais) saiam da loja, pois achavam que motociclista era mau caráter, drogado, mau elemento ,participante de gangues,  esta era a imagem que os filmes nos davam. Hoje isto não acontece mais, hoje são atração e a imagem mudou para aventureiro, livre, status, de bem com a vida, etc.

Imagem do filme de 1983 - O Selvagem da Motocicleta

Como empresário no setor de duas rodas, o que julga que poderia ser melhor no setor comercial de duas rodas?
Que a consciência do motociclista brasileiro quanto a saber pilotar e se proteger fosse crescente, proporcional ao volume de vendas de motos no país.

Quais os diferenciais dos produtos confeccionados pela Tacna, sua empresa?

Vendemos direto ao consumidor, não vendemos pra lojistas, nosso contato é direto de fabricante ao consumidor,  produzimos roupas sob medida, personalizadas, inclusive a etiqueta vem com o nome dele.
Nosso grande diferencial é a produção da roupa sob medida e personalizada para os diversos estilos de moto. Como também a produção de acessórios. Todos nossos produtos são testados antes de serem comercializados baseados em nossa experiência de motociclista.

As jaquetas e calças produzidas pela Tacna são de couro. Qual sua opinião sobre tais produtos feitos de cordura? Os de cordura não são melhores para longas viagens?



Nós produzimos roupas de couro e Cordura com elastano. No meio motociclistico cordura significa impermeável, o que na verdade não é,  cordura é o tecido resistente a abrasão, o que impermeabiliza é a camada de ipora ou nylon entre a cordura e o forro, isto significa que você esta de capa de chuva todo o tempo. Para pegar quanto de chuva ???, não seria mais confortável e tradicional usar couro, inclusive o microperfurado e quando chover colocar uma capa de chuva? Mas gostos são gostos.
Uma das características do couro é se moldar (lassear) ao seu corpo e também absorver o suor, coisas que não acontecem com a roupa de cordura.

Desde quando atua com confecção de vestimentas para motociclistas?

Desde 86 imaginava confeccionar roupas de couro para motociclista, mas fui me preparando para isto e em janeiro de 99 iniciamos a produção com a marca Bannypel,  em junho de 2009 dissolvemos a sociedade que tínhamos e segui com a empresa (razão social e funcionários)  e trocamos a marca para TACNA, que para nós significa “Temos Auto Conhecimento Nesta Área” , também significa cidade heróica, e águia dourada na língua indígena illinois.

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